sexta-feira, 15 de outubro de 2010


A loja nasceu da vontade de meu pai, Luiz, o Gordo ou o Pons, de ficar próximo da família. Naquele tempo, no lugar onde a loja MOKA começou era a Farmácia Nova que abria 24 horas onde ele passava a maior parte do tempo.

Em 1980, nascia meu irmão caçula, Vico, papai que era um homem extremamente apaixonado pela família tomou a decisão de mudar de ramo para ficar mais tempo conosco. Pesquisou e viu que caso alguém quisesse comprar uma lembrança do Rio Grande do Sul teria de ir ao aeroporto, pois somente lá havia lojas com artigos regionais. Então neste ano nasceu a MOKA. Por que MOKA? Este era o apelido de meu irmão mais novo, o xodó do papai! Começando com tabacaria, jornais, revistas e algumas lembranças do estado além de artesanato em geral. Aos poucos nos especializamos em artigos regionais, eliminando a parte de tabacaria e revista e surgindo botas, bombachas, vestidos de prenda, selaria e arreios, procurava-mos deixá-la cada vez com mais opções.

Como a MOKA sempre foi à extensão de nossa casa lá cultivamos nossas amizades seja nas pessoas que vinham a procurar artigos de consumo como conhecidos em busca de uma roda de chimarrão e um dedo de prosa, tanto pela manhã como à tarde, e graças a Deus essa tradição permanece até hoje.

No ano de 1995, papai adoeceu deixando há loja um pouco de lado para cuidar da saúde, minha mãe, Dona Inês, tomou conta da loja com meus irmãos, e eu fui cuidar de meu pai que lutou contra doença por mais de dois anos até que o papai do céu veio buscá-lo. Para nós foi um momento difícil, mamãe que sempre foi amparada por ele em todos os sentidos teve agora que amparar-nos, a loja, tudo... Ficando sozinha na administração, uma tarefa difícil, mas não para uma mulher como ela que tinha tantos sonhos para realizar.

No final de 1999, mamãe falou da vontade de fechar a loja e aproveitar melhor a vida. Não acreditávamos, acho que ela própria não acreditava, que a loja ia fechar pois a MOKA sempre foi tudo para nós. Mas foi se preparando e nos preparando... 2001... 2002... 2003... 2004 era o ano e ela estava decidida, e nós assustados.

Nesta história toda que contei havia alguém que estava sempre lá, a meu lado, como meu pai ao lado de minha mãe. O Fabiano, apaixonado por mim e pelo tradicionalismo. Uma deliciosa combinação foi ele que não deixou a MOKA terminar ali. Naquele ano, eu tinha vontade de trabalhar, mas não tinha coragem de deixar as crianças, eu não conseguia, sabe aquela coisa de mãe?

Então conversamos da possibilidade de continuar com a MOKA. A idéia inicial era só eu cuidar da loja, adorei a idéia, este capitulo da vida de meus pais não ia terminar ali, conversamos com mamãe e com os pais do Fabiano, para saber suas opiniões. Todos concordaram que poderia dar certo. Não preciso dizer que minha mãe ficou muito feliz. Após mais ou menos três meses desta conversa começamos nosso trabalho.
Podemos dizer que montamos a loja com nossas próprias mãos, o Fabiano trabalhava com venda de automóveis, até hoje ainda faz os bricks dele, começou a ficar mais por aqui, não dava para ficarmos sozinhas na loja. Construímos as prateleiras, mesas, balcões, até o provador. Fizemos tudo com o auxilio do tio Helio que nos deu a maior força, sentíamos orgulhosos em sermos os proprietários da MOKA.

Sabe quando a pessoa se completa, o Fabiano era a cara da felicidade!

Na loja ele conseguiu unir vários prazeres: a paixão pelo tradicionalismo, um lugar onde a maioria das conversas acontecia sobre seus assuntos preferidos: cavalos, tiros de laço, rodeios, gineteadas, musicas, "bóias da boa". Saem daqui receitas de dar água na boca, e claro EU... ha!ha!ha! Nossos filhos estão sempre por aqui, nossos amigos estão sempre por aqui, algumas das nossas amizades mais preciosas foram feitas aqui nesta loja.

Bom este é um pedacinho da história da MOKA.


UMA HISTÓRIA DE AMOR PELA TRADIÇÃO, FAMILIA E AMIZADE. E TENHO CERTEZA QUE MEU PAI DE ONDE ELE ESTIVER DEVE SE ORGULHAR MUITO DE NÓS.

NÓS VIVEMOS POR AMOR A FAMILIA MOKA.